pelo Rev. Pe. Joël Danjou

Em 20 de novembro, o IBP organizava em Paris, a dois passos da igreja de São Nicolas, uma grande reunião ecumênica entre católicos de toda estirpe: jornalistas hiper modernistas, padres neo conservadores, membros do IBP, leigos… A despeito da proximidade da nossa igreja parisiense, nós não fomos, por razões obvias. Os organizadores do evento pretendiam ser “portadores de uma boa nova: a guerra de 1970 está terminada” e chamavam para encontrarmos, os católicos de todas “tendências” juntos, “soluções teológicas capazes de acabar com as suficiências e preencher os déficits espirituais do mundo contemporâneo”. Um tipo de “união sagrada” contra o mundo dessacralizado: “sob o báculo do Pastor universal, a Igreja, com todos os seus componentes, deve abordar sem complexos as ribeiras novas do século XXI”.

Mas, além do som harmonioso das belas palavras, além da retórica vácua, esquece-se simplesmente a realidade: a guerra de 1970 não está terminada. O concilio Vaticano II, com seus mortíferos princípios liberais, continua sendo a “bússola” do pontificado de Bento XVI, assim como o foi do de João Paulo II. A liberdade religiosa, o ecumenismo, a colegialidade estão mais do que nunca na ordem do dia, tanto nos princípios como nos fatos. A missa nova continua sendo a norma oficial, mesmo na diplomática fórmula, esboçada num intento de satisfazer tradicionalistas e modernistas, de um rito com duas formas. Não, a guerra de 1970 não terminou: o que terminou, com esta reunião catho-ecumênica, foi simplesmente a possível ilusão de um IBP defensor da Tradição. Ficou apenas mais uma triste coisa de direito pontifical, prometida à mesma sorte que outras tristes coisas de direito pontifical geradas pela Comissão Ecclesia Dei.