Campos ontem: Baluarte da fé

A ala conservadora que atuou no Concílio Vaticano II, encabeçada pelo grupo Coetus Internationalis Patrum, apesar de não ter conseguido deter a onda progressista que tomou conta da Igreja, teve vários frutos no pós-concílio, especialmente dois. Um deles, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X fundada por Dom Marcel Lefebvre.

Outro, não menos citado, uma diocese inteira: a Diocese de Campos dos Goytacazes no estado do Rio de Janeiro (Brasil), guardada por seu bispo Dom Antônio de Castro Mayer, defensor da sã Doutrina Tradicional e do Magistério Infalível da Igreja e por isso amigo pessoal de Dom Lefebvre e da FSSPX.

Também conhecidos por “Padres de Campos”, apoiaram no Brasil os grupos de resistência contra o modernismo.

Dom Antônio ainda permaneceu como bispo diocesano por um certo tempo; já como bispo emérito, vendo a destruição doutrinal operada pelo novo epíscopo modernista da Diocese, fundou a União Sacerdotal São João Batista Maria Vianney.

Falecido Dom Antônio, os “Padres de Campos” solicitaram aos bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X uma sagração episcopal para dar continuidade à Tradição Católica na diocese de Campos. Foi então que em 28 de julho de 1991, Dom Tissier de Mallerais sagrou, em São Fidélis/RJ, a Dom Licínio Rangel, que continuou até certo tempo a obra começada por seu predecessor.

Aqui nesse “Especial Campos” faremos uma justa memória a Dom Antônio de Castro Mayer, tão ultrajada por seus sucessores.

Campos hoje: Os acordos com Roma

Anos depois, não se sabe bem ao certo o motivo verdadeiro, se diz que, entre outras causas, por escrúpulo legalista, com a enfermidade de Dom Licínio e o consentimento deste, alguns padres, coordenados pelo Pe. Fernando Rifan, teceram um acordo com o cardeal Dario Castrillón Hoyos, presidente da comissão vaticana Ecclesia Dei (esta “responsável” pelo “contato” com os grupos que não aceitaram o Concílio Vaticano II). Foi então criada a Administração Apostólica São João Maria Vianney, substituindo a União Sacerdotal criada por Dom Antônio: uma administração pessoal, sem direito territorial que teoricamente poderia continuar com a doutrina e a liturgia tradicionais da Igreja a quem os solicitasse. Foi então dada a “tão esperada ‘legalidade’ ” aos “Padres de Campos”.

Frutos?

Aí estão…

A fé que outrora defenderam nos é trazida por documentos, cartas, livros, folhetos, vídeos, áudios e depoimentos vivos de pessoas ainda perplexas com as mudanças.

Com a morte de Dom Licínio Rangel, o cardeal Hoyos sagrou bispo a Dom Fernando Rifan, hoje responsável pela Administração Apostólica. Não é necessário intelectualidade para VER a mudança colossal do direcionamento doutrinal operada após os chamados “Acordos de Campos” com Roma.

O grande Pe. Fernando Rifan, um dia defensor da sã doutrina católica, de repente, converte-se em um típico modernista pseudo-conservador que mantém partes da liturgia tradicional por puro “gosto”. Não é mais uma “questão de fé”, é uma “questão de gosto”.

Nossos sacerdotes viram em Campos (capital e interior) uma tentativa hipócrita em dizer que “Campos hoje mantém a doutrina de Dom Antônio”. As pessoas vêem que não é assim. Aliás, onde estão os antigos escritos de Dom Antônio que desapareceram? A maioria se cala por respeito humano: medo de “ir contra a autoridade”. Ora, por um acaso não somos obrigados a desobedecer aos homens, sejam eles leigos ou clérigos, bispos ou até mesmo Papas, quando estes nos obrigam a divergir da vontade de Deus?

Alguns corajosamente levantaram as vozes e pediram primeiramente ao Mosteiro da Santa Cruz e depois à FSSPX não somente a Santa Missa Tradicional (liturgia), mas também a Fé Católica Tradicional que receberam de Dom Antônio e que guardam a sete chaves: como ovelhas do verdadeiro pastor, reconhecem a voz dos verdadeiros pastores e repugnam a dos lobos com pele de ovelhas.

Na França, Dom Fernando Rifan diz com todas as letras: “Eu não concelebrei naquele dia (em Aparecida)”. Os vídeos estão aqui e já estão lá. Não se pode negar um fato, se deve combater a mentira.

Dizemos então com o Padre Fernando Rifan citando o apóstolo São Paulo: “Quer agrade, quer desagrade”, a verdade seja dita e mostrada aos quatro cantos do mundo: Dom Fernando Rifan e os “Padres de Campos” de hoje são modernistas pseudo-conservadores; apesar de aparentarem tradicionalismo, na verdade ensinam a nova fé, a nova doutrina, não defendem mais a Fé Católica Apostólica Romana e assim como a Igreja Pós-conciliar, corrompem as mentes e as almas de um povo sofrido.

Rezemos para que Cristo reine novamente em Campos, no Brasil e no mundo.