editorial de fsspx.com.br

Há pouco tempo surgiu uma polêmica, retransmitida pelo blog Fratres in Unum, pretendendo com leviandade que haveria na FSSPX padres que poderiam estar em contradição. Em suma diz respeito ao fato de que depois do combate da Fraternidade pela libertação da Missa Tradicional, houve reação na mesma FSSPX contra o fato dos fieis da Tradição assistirem às Missas celebradas pelas comunidades ligadas à Ecclesia Dei. Será que isso constituir-se-ia numa contradição interna da Fraternidade?

Lutar pela libertação da Missa tradicional não significa recomendar qualquer modo ou qualquer quadro em que ela seja celebrada. Não permitir que os fiéis da tradição assistam a Missas da Administração de Dom Rifan ou da Fraternidade São Pedro etc., condiz com a preocupação de defender a Missa na sua verdade autêntica que é a Tradição como regra de fé . Alegrar-se de que os modernistas de boa vontade conheçam a Missa Tradicional liberalizada não significa recomendar o fato de assistir a Missa em qualquer Fraternidade ou Administração que, doravante, apenas defende a Tradição como opinião, como uma opção, ou carisma particular.

É louvável a libertação da Missa Tridentina e é verdade que sua difusão ofuscaria com o tempo a mentira da Missa Moderna, da mesma forma que diante da Verdade qualquer mentira desfalece. No entanto há sempre falsos profetas que desviam a boa vontade das pessoas interessadas na Santa Missa Tradicional. O golpe modernista atual condiz em oferecer uma tradição reduzida a uma opção, uma livre escolha coexistindo pacificamente com o erro do modernismo. É exatamente isso o que queria o cardeal Castrillón Hoyos e o que faz a Ecclesia Dei e os bispos das dioceses em que hoje se podem assistir a Missas Tridentinas. Dessa maneira, o modernismo ficou ileso (como exemplo já não se protesta mais contra a nova missa e os erros do Vaticano II), coexistindo com essa falsa tradição.

Ora, a Tradição não é uma opção, assim como a Escritura Santa também não o é. Tudo na Igreja Católica deve estar em conformidade com a Tradição, como diz o § 2 do Motu Proprio Summorum Pontificum. A Tradição deve ser uma regra inegociável. Aqui entra o problema daqueles que negociaram a própria Tradição: falamos daquelas comunidades ligadas à Ecclesia Dei, que assumiram ao menos uma coexistência pacífica com o modernismo (não protestando contra ele) passando do justificar os erros até a aceitação dos mesmos.

Essa gradação pode ser expressa na seguinte ordem:

1 – não protestar

2 – justificar

3 – aceitar