Recebemos o texto da declaração de Dom Vitório Pavanello de 18 de abril de 2011, no qual o Arcebispo de Campo Grande – MS – declara que as irmãs às quais a Fraternidade São Pio X e nós damos assistência nesta cidade não estão em comunhão com a Igreja.

Dom Vitório se equivoca redondamente. Em comunhão com a Igreja, a Madre Joana d’Arc, fundadora e superiora desta comunidade, está bem mais do que o próprio arcebispo de Campo Grande. Vejamos. Quem está em comunhão com a Igreja: quem aceita os ensinamentos da Igreja ou quem os recusa? Ora, os ensinamentos dos Papas de Pio VI a Pio XII são hoje recusados pelos liberais, progressistas e neo-modernistas. E quem recusa os erros do Concílio Vaticano II por serem estes erros já condenados pela Igreja está sendo fiel ou infiel aos ensinamentos da Igreja? O que já foi condenado pela Igreja, ao longo dos séculos não pode ser aprovado em seguida. O que nós estamos presenciando, depois do Concílio Vaticano II, é, na verdade, uma perseguição da Fé católica presidida pela própria hierarquia da Igreja. É algo semelhante ao que ocorreu no tempo do arianismo, mas mais profundo, mais grave, mais universal, pois os erros modernos são ensinados pelos sucessores de São Pedro.

Somos cismáticos por constatar este fato? Somos cismáticos por nos opôr a esses erros? Somos cismáticos por socorrer os fiéis que procuram guardar a Fé de seu Batismo? De modo algum. Nem nós, nem a Madre Joana d’Arc. Muito pelo contrário. Assim como, um dia, a Igreja reabilitará Dom Marcel Lefebvre, assim também ela proclamará a legitimidade do socorro prestado pela Fraternidade São Pio X e por nós aos fiéis que nos chamam.

O senhor arcebispo de Campo Grande se equivoca grandemente. Quem está se afastando da Igreja não é a Madre Joana d’Arc, nem a Fraternidade São Pio X, nem os monges beneditinos de Nova Friburgo. Quem está se separando da comunhão da Igreja Católica são os que aderem aos erros já condenados pela mesma Igreja, santa, católica, apostólica e romana, sejam eles quem forem, pois, mais do que o cargo, é a Fé verdadeira que é o fundamento de nossa união com o Corpo Místico de Nosso Senhor que é a Igreja, pois sem a verdadeira Fé ninguém pode se salvar.

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Tendo respondido à principal acusação de Dom Vitório (quem desejar maiores esclarecimentos poderá encontrá-los nos livros de Dom Marcel Lefebvre e de Dom Antônio de Castro Mayer), passamos ao que é de menos importância.

Dom Vitório confunde a Fraternidade São Pio X com o mosteiro beneditino da Santa Cruz. O nosso mosteiro fica em Nova Friburgo. Os padres da Fraternidade que atendem as irmãs vêm de São Paulo, onde eles têm um dos seus priorados.

Dom Vitório diz que recusamos a autoridade do Romano Pontífice. Isto é falso. Nós recusamos os seus erros, o seu ensinamento no que ele tem de contrário à Tradição da Igreja.

Dom Vitório diz que afirmamos que a missa dita em português é inválida. Nunca dissemos isso.

Dom Vitório diz que os sacramentos de confissão, matrimônio e crisma recebidos na Tradição são inválidos. Nisto também ele se equivoca, pois os fiéis têm o direito a recorrer a padres e Bispos que tenham reta doutrina para receberem os sacramentos.

Dom Vitório chama Dom Tomás de Bispo, o que é mais um equívoco. Dom Tomás é monge beneditino, sacerdote e prior do mosteiro da Santa Cruz. Se ele é chamado “Dom” é por causa do costume, no Brasil, de assim se chamar os beneditinos que recebem o sacerdócio.

Por fim, o nome de Dom Lefebvre não se escreve como está na declaração de Dom Vitório.

Dom Tomás de Aquino, OSB

A declaração de Dom Vitório Pavanello pode ser lida no Site da Arquidiocese, clicando aqui.