de David Kirkpatrick

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Esse livro, ‘’Facebook effect’’ (lançado nos EUA), lança um sinal de aviso para todos os pais. O mais recente perigo está em um novo meio de comunicação: a mídia social (Myspace, Facebook, etc.). Felizardos são os pais que ainda têm a opção de ter ou não tal tipo de mídia em casa. Outros têm menos sorte e terão de notar quão difícil é apagar seus resquícios. De qualquer modo, a mídia social é um problema para adolescentes (e para crianças também, aliás!) que requer uma educação completa por parte dos pais sobre o assunto.

O autor descreve as tragédias dos adolescentes que caem vítimas do novo monstro. Eis um exemplo dentre milhares: Um jovem percebeu, quando já era tarde demais, que estava sendo filmado em seu quarto, em um relacionamento promíscuo. Instantaneamente, o vídeo se tornou público e foi visto em uma dessas redes sociais. Quando ele se deu conta, ficou psicologicamente perturbado e pulou da Ponte de Washington (Washington Bridge).

Além do trauma, a nova realidade que chega com a mídia social é uma forma de transparência radical. Eliminam-se quaisquer limites de privacidade e passa-se a mensagem de ‘’publique a si mesmo!’’ O problema com isso é que as fotos, ações e pensamentos de alguém são compartilhados instantânea, global e permanentemente: exatamente o oposto da cultura cristã, na qual as pessoas dirigem-se ao sigilo e à santidade do confessionário para apagar seus pecados para sempre.

Quem está abraçando esse novo monstro, que cresce exponencialmente, adicionando 25 milhões de membros todos os meses? Cerca de metade da população dos EUA está envolvida, incluindo três em cada quatro adolescentes, sobre à guisa de passatempo inocente de se conectar com amigos. Aqui apresentaremos alguns dos perigos de tais redes:

1. Desonestidade é a marca principal. ‘’Os usuários podem construir seu perfil público’’, e são encorajados a falsificar as coisas, o que fomenta um ‘’eu virtual’’: as pessoas que fingimos ser e que sonhamos em um dia nos tornar. Pais ingênuos foram enganados por crianças espertas o suficiente para criar um perfil inocente, para encobrir o perfil que eles realmente usam para se conectar socialmente. O sistema os incentiva a quebrar todas as barreiras de controle dos pais, pelo uso comum de iniciais usadas apenas por usuários, como PIR (parent in room/pai no quarto) ou POS (parent over shoulder/pai no ombro).

2. O Facebook é o meio mais segmentável na história. Predadores de todos os tipos usam-no com sucesso, obtendo números de cartão de crédito e outras informações privadas. Outro tipo de predador tenta seduzir menores, mesmo crianças. Obviamente, a impureza é latente quando a rede faz com que os usuários se comprometam em ultrapassar uns aos outros em ousadia. Outras iniciais são comumente conhecidas apenas por usuários ávidos, como GYPO (get your pants off/tire suas calças), que, como se pode imaginar, é uma das mais ‘’inocentes’’ por aí; cerca de uma a cada duas crianças foi intimidada ou ameaçada online.

3. É surpreendente saber que a mídia social prende adolescentes por cerca de 20 horas por semana. Isso significa cerca de três horas por dia tiradas do escasso tempo precioso para a vida em família, para os estudos e de descanso. Três horas nas quais os pais perdem o controle sobre suas crianças e adolescentes, ignorando totalmente o que elas fazem e falam, com quem elas interagem e aonde vão! O que mais se faria necessário para mostrar o falecimento da autoridade dos pais? Nesse ponto, os pais apenas têm uma influência acidental sobre seus filhos. Parte do problema está no fato de que tais adolescentes não são adultos e não podem ainda ter total responsabilidade! Eles são dotados de grande capacidade, mas sem o poder de controlá-la por si mesmos, como um poderoso carro esportivo com freios de bicicleta. Adiciona-se a isso o fato de que o pacote de informações é mandado com uma velocidade além da capacidade de analisar ou julgar. Em tais condições, o andamento das ameaças é multiplicado exponecialmente, sendo a habilidade de reagir proporcionalmente diminuída. O intelecto e a vontade tornam-se um cérebro de pássaro só capaz de chilrear (twitter).

4. O Facebook ensina as crianças a fugirem da realidade. Qualquer um que entrar no reino da realidade virtual deve deixar para trás qualquer sensação natural, como cheirar uma rosa, desvencilhando-se da interação humana e de seres reais. Deixam-se amigos reais para ‘’adicionar’’ centenas de pessoas sobre quem nunca se ouviu falar. Deixa-se a realidade porque não se é ‘’real’’, até que se esteja conectado: as pessoas que se contacta online com o Myspace são mais reais e mais significativas do que seu pai e sua mãe, que seus colegas da escola. Faz-se um mundo próprio e uma imagem fictícia para se mostrar, para auto-glorificação, para suprir vaidade e oferecer a si mesmo uma realidade alternativa.

Deus confiou a nossos pais o cuidado das crianças, para um fim particular, que é ensiná-las o meio de conhecer, amar, e servir a Deus nessa vida, para salvar suas almas depois. Tudo nos leva a crer que o Facebook se encaixa parcamente nesse plano e foi projetado com um objetivo bastante diverso.