Começo de Ano é tempo de bons propósitos. Olha-se para trás, e percebem-se salientes os defeitos e más ações, avolumadas no decurso do ano anterior. Sobretudo os maus hábitos, adquiridos ou consolidados.

Sob o ponto de vista da Fé – o mais importante, porque nos relaciona com Deus e condiciona nosso destino eterno – o ano findo registrou um profundo abalo: – Dogmas, fixados já em definições conciliares, foram simplesmente afastados, ou melhor, negados, na orientação oficial, dada aos fiéis. – “Fora da Igreja não há salvação”, afirmou o IV Concílio de Latrão, o de Florença e vários Papas; – “O Espírito Santo serve-se também de outras crenças para encaminhar as almas ao Céu” – ensina, em sentido contrário, o Concílio Vaticano II. – E o grande mestre, como tal considerado na Igreja instalada, é o Vaticano II. Não se enganaria quem disse que, na igreja nova, com o Vaticano II começou ou recomeçou a Igreja de Cristo.

Em tais condições, que antídoto proporcionar aos fiéis contra a heresia continuamente destilada pelo concílio joaneo-pauliano? – É preciso verificar qual a alavanca de que se servem os fautores do Vaticano II, para incessantemente manter presente, atuando sobre os fiéis o espírito novo do Concílio. – Conhecida a alavanca, opõe-se-lhe energia neutralizante.

Ora, a alavanca do Concílio é o “Novus Ordo Missae” de Bugnini-Paulo VI. A base, com efeito, dessa nova Missa solapa a estrutura da própria Igreja. Pois, desconhece a distinção ontológica entre clérigos e leigos. Na nova Missa, todos, padres e leigos, são igualmente sacerdotes, operando conjuntamente o Sacrifício da Missa. É, aliás para isso que se congregam. Leia-se o nº 7 da “Institutio” que precede e explica o Novus Ordo, e se encontra no Missal de Paulo VI. Por isso mesmo, a missa de Paulo VI serve também para os Protestantes. Não é uma missa especificamente católica.

E chegamos ao antídoto contra a heresia que deturpa e elimina a Fé Católica – manter estrita fidelidade à Missa chamada de S. Pio V, e fazer dela a característica do verdadeiro católico.

Dom Antônio de Castro Mayer
(Cf. Monitor Campista – 13.01.85)