pelo Rev. Pe. Joël Danjou

Agora a lei ilegítima legítima deve ser assistida!

O padre de Tanoüarn, Assistente do padre Philippe Laguérie no IBP, persiste e repete:

“A Missa nova é legítima!”

“(…) Quanto ao que você me pergunta, eu não tenho o costume de me esquivar. Tomei uma decisão forte, maduramente pesada e conforme aos princípios da teologia. Eu assisti à missa crismal na catedral de Paris. Foi isso mesmo que eu disse: eu assisti. O fato de poder assistir enquanto sacerdote católico a uma missa legítima e que é hoje a missa ordinária da Igreja Católica (apesar de todos os seus defeitos, suas ambigüidades e suas insuficiências) parece-me ser uma questão de princípio. Quem recusa por princípio toda assistência ao rito ordinário, quem declara que essa liturgia ordinária é formalmente herética e portanto inválida, quem pretende que ela é intrinsecamente má (como a fornicação ou tal outro pecado mortal), quem pretende que não é possível, por princípio, assistir a ela como a uma missa católica, é que não crê na indefectibilidade da Igreja Católica. É que não é católico.” Pe. Guillaume de TANOÜARN, Assistente geral do I.B.P., Jour de deuil et messe chrismale, Forum Catholique, 27-06-2008, http://www.leforumcatholique.org/message.php?num=411948.

Comentário

O padre Laguérie já tentou justificar há mais de um ano, essa deriva progressista de seu assistente no IBP, inventando a lei ilegítima legítima ao afirmar que: «A posição do IBP então é muito clara : Ilegitimidade do NOM no seu conteúdo e legitimidade (ou legalidade, é então a mesma coisa) na sua promulgação e o poder radical que tem a Igreja de fazê-lo. ».

Mas o padre de Tanoüarn destruiu agora pelos atos e pelas palavras a penosa tentativa de salvação de seu superior. Decidiu assistir a missa nova. E assistir a missa não é assistir a sua promulgação senão ao seu conteúdo “ilegítimo”! Mas segundo ele, é uma questão de princípios, e não qualquer uns, princípios da teologia! Ele afirma porem que essa missa tem defeitos, ambigüidades e insuficiências! E provavelmente pensa que com essas precisões vai justificar ou minimizar a gravidade de sua « decisão forte » e tranqüilizar os que ainda poderiam eventualmente se escandalizar desta posição doutrinal entre os padres e os fiéis do IBP. Devemos assistir a missa nova, mas não fiquem preocupados, nós sabemos que seu conteúdo é ilegítimo! Eu bebo e como coisas ilegítimas, mas tudo bem, eu sei que são ilegítimas. Que absurda perversidade!

E se não fosse suficiente ainda, o assistente do padre Ph. Laguérie (que até hoje não criticou, nem a sua decisão de assistir a missa nova, nem a sua doutrina defendida publicamente), acrescenta que tal aceitação de assistir a essa missa, com « todos os seus defeitos, suas ambigüidades e suas insuficiências » é necessária para permanecer católico. Mas isso já não é progressismo, é bem pior. Ao menos os progressistas consideram que a missa nova é boa no seu conteúdo, e então, fazem questão de assistir. Mas dizer que o católico não pode recusar assistir “por princípio” a essa missa sabendo porem que ela tem defeitos, ambigüidades e insuficiências, é uma doutrina horrível. Seria agora um dever católico assistir conscientemente a uma missa com defeitos e ambigüidades como se fosse uma santa e imaculada missa católica?

Segundo a doutrina do padre de Tanoüarn, assistente do superior geral do IBP, a Igreja indefectível obrigaria então hoje todo católico a assistir a um culto que tem defeitos, ambigüidades e insuficiências como se fosse assistir a santa missa católica! E ele invoca, sem citar nenhum deles, os “princípios da teologia” para dizer isto! Mas na realidade, é ele que insulta a Santa Igreja indefectível para justificar seu discurso cheio de defeitos, de ambigüidades e de insuficiências. Só homens – e jamais a Igreja! – são capazes de obrigar a fazer isto abusando do poder sagrado que receberam para ensinar e transmitir e não para inventar.

A Santa Missa não é o brinquedo dos homens! Se um certo culto reformado tem defeitos, ambigüidades e ainda outras insuficiências, pode ser ainda uma assembléia comunitária, uma celebração religiosa, uma missa mal fabricada e logo mal celebrada, mas não é a Santa Missa católica, não é o Santo Sacrifício perfeito de Nosso Senhor! A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo não pode em nome da sua indefectibilidade ensinar e obrigar a rezar uma oração ambígua. Os sacramentos da Igreja e seus ritos não admitem a ambigüidade.

O que não é santo que não seja chamado santo!

A definição do mal é uma falta de bem! Se faltar realmente algum bem a missa nova não a torna necessariamente herética ou inválida, mas a torna necessariamente má. E o que falta na missa nova fabricada nos anos sessenta do século XX, são coisas que foram suprimidas consciente e voluntariamente da Missa tradicional. Faltam, porque foram suprimidas ou abafadas, as afirmações litúrgicas proclamando sem equívoco, dogmas de fé. O dogma de fé sobre a presença real de Jesus Cristo na SSma. Eucaristia, o dogma de fé sobre o Sacerdócio hierárquico e o dogma de fé sobre o Sacrifício da Missa. (ver artigo sobre a missa nova na revista Guarde a fé 39)

Que santo Irineu que festejamos hoje nos ajude!

Hoje, 3 de julho, na festa de Santo Irineu, a oração do Missal tradicional diz:

Ó Deus, que concedestes a S. Irineu, vosso Mártir e Pontífice, reprimir as heresias pela verdade de sua doutrina, e firmar com feliz êxito a paz da Igreja, dai, Vos suplicamos, a vosso povo a constância na santa Religião e concedei a nossos tempos a vossa paz. Por N. S. Jesus Cristo.

E no Missal reformado pelo Papa Paulo VI conforme o decreto do Concílio Vaticano II:

A mesma oração sem dúvida não? Não! As orações próprias também foram “reformadas”:

Ó Deus, vós concedestes ao bispo santo Irineu firmar a verdadeira doutrina e a paz da Igreja; pela intercessão de vosso servo, renovai em nós a fé e a caridade, para que nos apliquemos constantemente em alimentar a união e a concórdia. Por N. S. Jesus Cristo.

O que sublinhamos na oração tradicional é um bem doutrinal que falta na oração reformada, um bem que foi suprimido e que hoje faz falta. É mau!

Lex orandi lex credendi! “Lei da oração, lei da fé!”

Mudando a “lei da oração” muda-se logo a “lei da fé”, a lei das coisas que devemos crer. Mudando a lei da oração, a missa nova mudou a lei da fé. E como conseqüência, os católicos que assistem a essa missa ignoram muitas coisas que deveriam saber e crer!

Existem graves razões de fé para não se aceitar a missa nova e os delírios doutrinais do IBP!