A Tradição: nem cismática, nem herética

como falar de maneira oportuna do Magistério da Igreja católica


O livro “Candeia debaixo do Alqueire”

Do Padre Álvaro Calderón

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O livro do Padre Calderón “A Candeia debaixo do Alqueire” merece toda a nossa atenção, pois proporciona um ensino teológico sobre a Igreja e o seu magistério. Denuncia as falsas atitudes que desnaturam a noção do Magistério. Torna-nos atento à importância das declarações das autoridades conciliares para solucionar o dilema: praticar a docilidade e tornar-se modernista ou armar-se em juízo do magistério para condená-lo e falhar na fé no dogma do Magistério, adotando uma atitude cismática. É uma leitura adequada para os nossos tempos de crise em que vivemos. Ela nos revela da boca das autoridades e dos escritos oficiais, o que é necessário saber para fundamentar uma boa maneira de resistir sem faltar à nossa docilidade para com o Magistério. Evitar no mesmo tempo o cisma e a heresia é o desafio do nosso tempo e o livro fornece uma contribuição decisiva. Como continuar a conservar a nossa docilidade de católico para com o Magistério da Igreja e no mesmo tempo proteger-se do abuso da função magisterial praticado pelo “magistério conciliar”.

As autoridades conciliares de espírito liberal deram providencialmente a solução iniciando um exercício democrático do seu poder de maneira a se colocar ao serviço duma maioria para combater despoticamente uma minoria na Igreja. Este triste exercício da autoridade democrática se disfarçou sob o nome de “colegialidade episcopal”, de “diálogo em comunhão” “serviço à comunhão eclesial”, “serviço à unidade”. O famoso “aggiornamento” e o caráter “pastoral” encobriu esta nova ideia de encadear toda autoridade para conformá-la gradualmente à vontade dos súbditos (da colegialidade dos bispos, dos teólogos, dos sacerdotes, dos fiéis, tendo um “sacerdócio comum” com os ministros da Igreja) e até do mundo. Doravante a expressão da maioria torna a ser a fonte dos deveres da autoridade. Será que o espírito Santo inspira principalmente a Igreja pelo meio do sensus fidei dos fiéis? A autoridade pensa (erradamente) dever respeitar esta inspiração como fonte principal (imanência vital) da revelação atual, vindo do povo de Deus, e fazer disso a finalidade do “novo magistério conciliar”. Esta constatação do novo exercício magisterial legitima toda a resistência contra o resultado da atuação deste magistério tal como a Missa nova, a nova catequese etc… Já não podemos falar da Tradição como desobediente, cismática…, mas sim como restauradora da verdadeira noção do Magistério tal como foi instituído por Jesus Cristo.

Não a um magistério conciliar de tipo democrático, Sim ao Magistério tradicional fiel a Revelação!

Pe. Daniel Maret


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Se houve algo notório no Concílio Vaticano II, foi o giro liberal na atitude da suprema autoridade. O Papa renunciou à sua autoridade em benefício dos bispos; os bispos renunciaram à sua em benefício dos teólogos; os teólogos tinham renunciado à sua ciência para escutar o homem; e a voz do homem – supostamente dotada da infalibilidade do sensus fidei – não era outra senão a publicidade. Este é o procedimento em prol da promoção da maioria.

Pe. Álvaro Calderón

(Trechos de A Candeia Debaixo do Alqueire ─ Questão Disputada sobre a Autoridade Doutrinal do Magistério Eclesiástico a partir do Concílio Vaticano II, livro do Padre Álvaro Calderón [FSSPX], Rio de Janeiro, Edições Mosteiro da Santa Cruz/Sétimo Selo, 2009, 344 pp.)

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