1. O que significa o nome “Oblata”?

Segundo a etimologia latina, o termo “oblata” significa “oferta” e resume toda nossa vocação. Com efeito, mais que uma simples designação entre as múltiplas famílias religiosas, esse titulo de “Oblata” não seria um apelo ao dom total?

É isso que toda noviça deve ter entendido quando no dia de sua oblação, ajoelhada ao pé do sacrário aberto, unida a Nossa Senhora da Compaixão, faz a Deus sua oferta de vitima com a divina Vitima: “Eu vos faço a oferta de minha pessoa, de minha vida, de tudo o que tenho, de tudo o que sou, para vossa maior gloria, o meu Deus, para a salvação de minha alma, a salvação de todas as almas, e muito especialmente a santificação dos padres e dos futuros padres” (Ato de Oblação).

2. De que modo as Oblatas pertencem a Fraternidade?

Em 1973 om. Lefebvre respondia: “A Fraternidade é formada pelos padres e futuros padres, irmãos auxiliares, irmãs oblatas, e logo, esperamos, pelas irmãs religiosas… enfim nós contamos com a ajuda de Deus, levar aos leigos no mundo os benefícios espirituais da Fraternidade.”

3. Quem as fundou?

Fundada por Sua Excelência Dom Lefebvre, esta família de Irmãs Oblatas da Fraternidade nasceu em 1973. (…). Na origem, as Irmãs Oblatas são religiosas canonicamente liberadas de suas obrigações com a própria congregação e desejosas de salvar sua vocação do desastre posconciliar.

Logo em seguida juntaram-se a elas pessoas de idade madura, liberadas de seus deveres de estado e desejosas de se santificar ao contato da Fraternidade pela dedicação às suas obras. Atualmente, persistindo a crise da Igreja, fonte de novas necessidades, nosso recrutamento tende a se modificar, nossa estrutura mais flexível permitindo a outras vocações encontrar um terreno favorável à sua realização pessoal.

4. Possuem as Oblatas uma hierarquia própria?

Não. Dependemos do Superior Geral da Fraternidade, atualmente Dom Bernard Fellay. É entre suas mãos que nós fazemos nossa oblação, estando a sua inteira disposição para as necessidades da Fraternidade. Nos priorados, as Irmãs dependem diretamente do Prior. (…).

5. Qual a diferença entre uma Religiosa e uma Oblata?

Segundo os termos de nossos Estatutos – redigidos por Dom Lefebvre em 1982 – as Irmãs Oblatas formam “uma sociedade de vida comum sem votos, mas com um compromisso como a sociedade dos Padres da FSSPX”.

Quando seguimos a história da Igreja constatamos uma segura evolução, desde a conceituação geral e tradicional do modo de vida monástico (com a estabilidade e a solenidade dos votos) até as formas mais recentes dos “Estados de Perfeição”. Com efeito, ao longo dos tempos, sem nada abandonar da tradição monástica, novas famílias foram criadas segundo formas mais flexíveis. Abandonando formas exteriores, muito importantes, mas não indispensáveis, elas guardaram o essencial de uma vida dedicada a Deus, aceita e aprovada pela Igreja.

Assim ao lado do “estado canônico completo de perfeição” ao qual pertencem as Ordens de votos solenes e as Congregações de votos simples, o código de direito canônico define como “segundo estado canônico de perfeição” as sociedades de vida comum sem votos. (…).

6. Qual é a espiritualidade das Irmãs Oblatas?

A espiritualidade das Irmãs Oblatas é a mesma da Fraternidade e da Igreja cujo centro é o Santo Sacrifício da Cruz renovado diariamente sobre nossos altares pelo Santo Sacrifício da Missa. Também a Santa Missa é a fonte inesgotável de nossa vida espiritual e religiosa (Estatutos).

Oficio divino – prima, sexta e completas – meditação, terço em comum, leitura espiritual, tempo de oração pessoal: nossa jornada diária é imersa no Sangue do Cordeiro, segundo a nossa oblação ao pé da cruz: “Elas são felizes de participar ao Sacrifício de Nosso Senhor, como Nossa Senhora da Compaixão, ao pé da Cruz” (Estatutos).

7. Qual é o seu gênero de vida?

“Apostólico” poderíamos dizer, pois as Irmãs Oblatas devem prolongar ao lado dos padres o papel discreto, segundo a vontade de Deus, da Santa Virgem e das Santas Mulheres ao lado de Nosso Senhor e de seus Apóstolos.

8. A quem se dirigir para se tornar Oblata?

Ao Superior Geral da Fraternidade, habitualmente por intermédio do Superior do Distrito.

9. Quais são as aptidões requeridas para se tornar Oblata?

Sendo o objetivo secundário das Irmãs Oblatas a dedicação às obras da Fraternidade, isto é a ajuda aos padres nos seminários, priorados ou escolas, para a admissão de uma candidata devemos considerar se no futuro ela seria uma ajuda ou um peso na vida da comunidade.

Nessa perspectiva as aptidões requeridas são as seguintes: um bom equilíbrio geral, um mínimo de julgamento e bom senso, uma vontade de perseverar apesar das dificuldades, uma maturidade adulta, – a Oblata deve poder encarar sozinha todo tipo de situação -, um desenvolvimento e um equilíbrio afetivo normal, necessário para uma Oblata chamada a viver ao serviço e logo em contato com os padres, as qualidades de sociabilidade necessárias a vida em comum.

Observemos que a presença das aptidões requeridas não é necessariamente um sinal de vocação: toda pessoa que as possui não é sistematicamente chamada à vida religiosa. Ao contrario uma pessoa que não as possui certamente não é chamada.

Observemos igualmente que o que poderia ser impedimento canônico para a admissão a algumas Congregações não é necessariamente um impedimento para a admissão entre as Oblatas, cada caso particular depende da apreciação do Superior Geral. Como para toda vida religiosa o que importa antes de tudo é o chamado de Deus, isto é, a vocação.

10. Existe uma preparação especial, um nível de escolaridade, idade mínima ou máxima?

Nenhuma preparação especial é solicitada senão a de uma vida cristã sólida na Tradição Católica. Segundo nossos Estatutos, podem solicitar a admissão as “pessoas cuja idade não permita a entrada na Sociedade das Irmãs da Fraternidade”, o que quer dizer a partir de 30 anos. Mas são admitidas exceções à regra quando outros impedimentos não permitem às candidatas a admissão entre as Irmãs. Nenhum limite de idade é fixado desde que as aspirantes sejam capazes de adaptação à vida em comum e ao serviço da Fraternidade.

11. É requerido bom estado de saúde?

É necessário ter a possibilidade de servir segundo as próprias aptidões, mas uma saúde frágil ou mesmo algumas doenças não são necessariamente um obstáculo.

12. Existe um tempo de postulado? De noviciado?

Nosso Estatuto prevê um ano de postulado e um ano de noviciado. No silencio e recolhimento, postulantes e noviças se preparam a ser auxiliares dos padres, não somente de suas mãos, mas também de sua alma, de seu espírito. Ainda não expostas às preocupações da vida ativa, elas constroem as bases de sua vida e se iniciam aos segredos da vida interior, “razão de ser das pessoas consagradas a Deus”, dizem os estatutos. Elas aprendem que esta vida de união a Deus deve ser tanto mais profunda que ela será menos protegida mais tarde (…).

De manha e a tarde, segundo os níveis, cursos são dados às Irmãs. O ensino da doutrina católica e a história da Igreja cabem ao capelão enquanto a mestra de noviças trata da prática da vida e das virtudes religiosas. A leitura espiritual e a leitura quotidiana da Sagrada Escritura alimentam a alma e fortificam o espírito. Ao lado da formação espiritual nossas Irmãs são igualmente iniciadas às tarefas domesticas e recebem conhecimentos práticos de cozinha, costura, sacristia e tudo o que pertence à vida do priorado. Junte a isto uma meia hora de canto por dia, duas recreações na alegria fraterna, uma excursão por mês (ou quase) nas belas montanhas suíças e temos uma idéia completa da vida em nosso pequeno Noviciado Santa Terezinha do Menino Jesus.

13. E ao final dessa preparação?

Ao final da preparação, a noviça se compromete, não por votos públicos, mas por um ato no qual ela faz a Deus sua oblação e promete observar os estatutos especialmente as prescrições referentes às virtudes da obediência, pobreza e castidade. Depois de seis anos as Oblatas podem pedir a renovação por três anos e ao final podem pedir um compromisso definitivo.

14. Após a preparação, a que tipo de apostolado se dedicam as Oblatas?

Ao final do noviciado, a Oblata pode ser enviada a um priorado, uma escola ou um seminário. Ela poderá exercer diferentes tarefas em função de suas aptidões: tarefas domesticas, costura, trabalhos de escritório, secretariado, catecismo, ensino primário e secundário, cuidados de enfermaria. Nosso Superior Geral pode encontrar para cada uma o melhor lugar onde desenvolver as riquezas de sua personalidade para a maior gloria de Deus.

15. Qual é o horário tipo de um dia da Oblata?

  • 06h00 – Acordar
  • 06h30 – Oração em comum
  • 07h15 – Santa Missa
  • 08h00 – Café da manha, tempo livre
  • 09h00 – Trabalho
  • 12h00 – Fim do trabalho
  • 12h15 – sexta
  • 12h30 – Almoço, recreação, tempo livre, leitura espiritual
  • 15h00 – Trabalho
  • 16h15 – Lanche
  • 16h30 – Trabalho
  • 18h00 – Tempo livre, terço ou benção do Santíssimo Sacramento
  • 19h30 – Jantar
  • 20h45 – Completas, silencio maior.

16. Quantas Oblatas existem atualmente?

Sem contar noviças e postulantes, somos atualmente 70 Oblatas (…). No Noviciado de Salvan, na Suíça, somos atualmente 6 Oblatas com 6 noviças e 7 postulantes. (…).

17. Onde elas exercem o apostolado?

Atualmente estamos em 12 paises do mundo, a maioria na Suíça, Alemanha e França. (…).

18. Uma Oblata retorna obrigatoriamente ao país de origem?

Não necessariamente, mas o Superior Geral leva em conta as condições de saúde, as aptidões da Oblata e a língua.

19. Qual o significado do hábito das Oblatas?

Como todo habito religioso, significa nossa separação do mundo e nossa total dedicação a Deus.