Retirado e traduzido de dici.org

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Numa entrevista concedida ao Osservatore Romano, datado de 29 de Janeiro, o Cardeal Jean-Louis Tauran afirma que o diálogo com os muçulmanos deve prosseguir, mesmo após a decisão da Universidade egípcia Al-Azhar de suspender as relações com o Vaticano, a seguir aos apelos lançados por Bento XVI aos Governos do Médio Oriente para que defendam as minorias Cristãs, alvos de ataques recentes no Egito e no Iraque.

O Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso convida os seus parceiros muçulmanos para «a leitura atenta das palavras de Bento XVI», a fim de «compreender que o Papa se refere a valores universais». «E quando fala do respeito efetivo dos direitos e liberdades da pessoa humana, não comete qualquer ingerência nas questões que não sejam de sua competência», prossegue o Cardeal. É sustentando o contrário que, em 20 de Janeiro, o grande imã da Universidade Al-Ahzar, Ahmed El-Tayyeb, e os membros da academia islâmica anunciaram a sua decisão de suspender o diálogo com Roma.

Nas colunas do Osservatore Romano, o Cardeal Tauran diz que o Vaticano se esforça, atualmente, para compreender os motivos que levaram o Conselho da Universidade Al-Ahzar a congelar o diálogo com o Vaticano. Comunicou imediatamente que a Santa Sé está sempre disponível para encontros com a prestigiosa instituição sunita do Cairo. O alto prelado francês confia mesmo que «todos os encontros» previstos se realizem. «Se queremos prosseguir no diálogo», acrescenta o Cardeal Tauran, «devemos primeiro ter tempo de nos assentarmos e falar diretamente e não por meio dos jornais». Interrogado sobre o fato de alguns afirmarem que «o Papa não ama o islão», o Cardeal Tauran responde que «não há nada mais falso» e convida a ler numerosas das suas declarações quando de diferentes encontros com representantes muçulmanos.

(Fontes: apic/imedia – DICI n°230 du 19/02/11)