{"id":2086,"date":"2011-05-28T11:10:26","date_gmt":"2011-05-28T14:10:26","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fsspx.com.br\/exe2\/?p=2086"},"modified":"2013-01-08T08:38:19","modified_gmt":"2013-01-08T11:38:19","slug":"o-elogio-involuntario-a-dom-marcel-lefebvre-por-um-padre-modernista","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/o-elogio-involuntario-a-dom-marcel-lefebvre-por-um-padre-modernista\/","title":{"rendered":"O elogio involunt\u00e1rio a Dom Marcel Lefebvre por um padre modernista"},"content":{"rendered":"

\"Livro<\/p>\n

Nas livrarias francesas, atualmente, pode-se encontrar um livro muito interessante e explicativo, \u00e9 o trabalho realizado por Dom Philippe B\u00e9guerie, intitulado Vers \u00c9c\u00f4ne. Mgr Lefebvre et les P\u00e8res du Saint-Esprit. Chronique des \u00e9v\u00e9nements 1960-1968 (Descl\u00e9e de Brouwer, Parigi 2010, \u20ac 36,00)<\/em>, ou seja, Rumo a \u00c9cone. Dom Lefebvre e os Padres do Esp\u00edrito Santo. Cr\u00f4nica dos eventos 1960-1968. A originalidade do livro se deve n\u00e3o tanto aos acontecimentos narrados, que j\u00e1 eram suficientemente conhecidos, quanto ao fato de que o autor, em uma tentativa de \u201cfazer a \u2018exegese\u2019 do pensamento de Marcel Lefebvre\u201d (1), com intuito de cr\u00edtica e controv\u00e9rsia, acaba enfatizando, contra sua vontade, tanto a coer\u00eancia de pensamento e de a\u00e7\u00e3o do prelado franc\u00eas, quanto o efervescente clima existente em muitos ambientes e institutos religiosos cat\u00f3licos mesmo antes da convoca\u00e7\u00e3o do Conc\u00edlio Vaticano II. Pode-se, ent\u00e3o, respirar todo o sibilante vento da rebeli\u00e3o a m\u00e9todos considerados j\u00e1 ultrapassados e antigos, chatos e superados, que deviam ser substitu\u00eddos por regras e pol\u00edticas, usos e costumes em sintonia com a modernidade. Essas aspira\u00e7\u00f5es j\u00e1 haviam penetrado, como dissemos antes, em muitas institui\u00e7\u00f5es religiosas e at\u00e9 mesmo na Congrega\u00e7\u00e3o dos Padres do Esp\u00edrito Santo.<\/p>\n

Esses sistemas, que at\u00e9 ent\u00e3o haviam garantido a ordem de ideias e de pr\u00e1ticas, pareciam n\u00e3o serem mais adequados \u00e0 mentalidade autoproclamada moderna das almas mais inovadoras, mesmo dentro da Igreja. Parecia que se estava \u00e0s v\u00e9speras do triunfo \u2014 mesmo dentro dos Edif\u00edcios Sagrados \u2014 daquela modernidade contra a qual Papas e santos haviam se levantado por mais de um s\u00e9culo e meio e que agora infectava as consci\u00eancias com o liberalismo, o positivismo, o subjetivismo e modernismo (a perigosa e perniciosa tentativa de casar a Igreja com o mundo). Diante de tais revoltas e subvers\u00f5es, Dom Marcel Lefebvre (1905-1991) reagiu de imediato, primeiro na \u00c1frica, como arcebispo de Dakar, em seguida como candidato a diretor do Instituto do Esp\u00edrito Santo e, finalmente, como superior geral da pr\u00f3pria congrega\u00e7\u00e3o mission\u00e1ria.<\/p>\n

Foi assim que Lefebvre se exp\u00f4s imediatamente, sem prud\u00eancia por si mesmo e indiferente a qualquer tipo de preju\u00edzo \u00e0 sua carreira eclesi\u00e1stica, isso aconteceu desde a mudan\u00e7a de dire\u00e7\u00e3o da Igreja sob o Papa Jo\u00e3o XXIII (1958-1963; Angelo Roncalli 1881-1963), que n\u00e3o deixou de deixar-lhe claros, pessoalmente, os riscos que enfrentava. O Bispo intervinha com vigor e determina\u00e7\u00e3o, com as palavras, os escritos, os artigos… Mas aquela for\u00e7a e aquela consist\u00eancia incomodavam extremamente: \u201cC\u2019est la m\u00e9thode Lefebvre!\u201d (2), isto \u00e9, um m\u00e9todo \u201cpoliticamente incorreto\u201d, certamente n\u00e3o \u201cfashion\u201d e imune a qualquer tipo de compromisso; em suma, poder-se-ia dizer, em s\u00edntese, pun\u00edvel e punido por \u201cexcesso de f\u00e9\u201d, como disse o Cardeal Silvio Angelo Pio Oddi (1910-2001).<\/p>\n

As amea\u00e7as modernas<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Numa \u00e9poca em que a intelectualidade secular, e at\u00e9 mesmo a cat\u00f3lica, do mundo ocidental come\u00e7ava \u201cflertar\u201d com o inimigo comunista, em nome de uma suposta semelhan\u00e7a de valores humanos e de servi\u00e7o ao homem, Dom Lefebvre, apoiando-se na ininterrupta condena\u00e7\u00e3o da Esposa de Cristo ao materialismo ateu e ao Comunismo, em todas as suas formas \u2014 condena\u00e7\u00e3o confirmada por \u00faltimo pelo decreto de excomunh\u00e3o dos seguidores desta perversa doutrina, emitido pelo Santo Of\u00edcio em 01 de julho de 1949, por ordem de Pio XII (1939-1958; Eugenio Pacelli,1876-1958) \u2014, deixou claro, na carta pastoral que escreveu em 08 de fevereiro de 1950, que o citado decreto n\u00e3o era de ordem pol\u00edtica e nem social, mas religiosa, e enfatizou como o Comunismo \u201cse baseia sobre uma doutrina materialista e anticrist\u00e3\u201d (3).<\/p>\n

Dom Lefebvre v\u00ea as amea\u00e7as do subjetivismo e do relativismo em todos os campos, inclusive o religioso, especialmente quando os princ\u00edpios libero-democr\u00e1ticos s\u00e3o transferidos da esfera pol\u00edtica para a metaf\u00edsica: \u201c\u00c9 hora de entender que essa Idade dever\u00e1 ter uma forte autoridade para defender a verdadeira liberdade e interditar os fautores da desordem. A autoridade e a verdadeira liberdade s\u00e3o complementares e n\u00e3o contr\u00e1rias\u201d, al\u00e9m disso, \u201co comunismo dos jovens governos\u201d africanos, sob a \u00e9gide de uma democracia, escondem \u201ca demagogia e a anarquia\u201d (4), assim escreve em um artigo do jornal \u201cLe Devoir\u201d, em 18 de dezembro de 1959, intitulado \u201cLes \u00c9tats chr\u00e9tiens vont-ils l\u2019Afrique noire \u00e0 l\u2019\u00c9toile?\u201d.<\/p>\n

Estes foram anos cruciais, tanto para a agita\u00e7\u00e3o cultural da civiliza\u00e7\u00e3o ocidental, ansiosa de jogar fora valores e princ\u00edpios considerados vest\u00edgios de um passado que deve ser esquecido ou, at\u00e9 mesmo, destru\u00eddo, quanto para os eventos que afetaram diretamente a Igreja, a qual estaria pronta, segundo Jo\u00e3o XXIII, para abrir, com a euforia e entusiasmo t\u00edpicos dos anos sessenta, as portas para o mundo moderno. Eis que, ent\u00e3o, no XXI Conc\u00edlio (1962-1965), problem\u00e1tico em seu desenvolvimento e em suas consequ\u00eancias, conflu\u00edram todas as inst\u00e2ncias do mundo contempor\u00e2neo: ele foi encoberto por uma filosofia e uma teologia que haviam colocado uma ruptura com a Tradi\u00e7\u00e3o, com o fim de oferecer ao mundo, com f\u00f3rmulas otimistas e, \u00e0s vezes, ilus\u00f3rias, uma nova maquiagem \u00e0 Igreja, mais atraente e vi\u00e1vel, de acordo com novos crit\u00e9rios e gostos da cultura da \u00e9poca. O Conc\u00edlio Vaticano II, em \u00faltima an\u00e1lise, seria um novo Pentecostes (5). Aquela problem\u00e1tica inerente \u00e0 Assise pastorale [algo como uma Suprema Corte Pastoral \u2013 nota da tradutora] ainda hoje n\u00e3o foi resolvida, conforme demonstrado por estudos, livros, teses de l\u00e1urea, mesas redondas, confer\u00eancias… \u201cAo contr\u00e1rio dos Conc\u00edlios anteriores, o Vaticano II coloca, no entanto, aos historiadores um novo problema. Os Conc\u00edlios exercitam, sob e com o Papa, um solene Magist\u00e9rio, em mat\u00e9ria de f\u00e9 e de moral, e se colocam como supremos ju\u00edzes e legisladores, no que respeita o direito da Igreja. O Conc\u00edlio Vaticano II n\u00e3o emanou leis e nem deliberou em modo definitivo sobre quest\u00f5es de f\u00e9 e moral. A falta de defini\u00e7\u00f5es dogm\u00e1ticas, inevitavelmente, abriu a discuss\u00e3o sobre a natureza dos documentos e sobre o modo de sua execu\u00e7\u00e3o, no per\u00edodo do chamado \u201cp\u00f3s-conc\u00edlio\u201d. O problema da rela\u00e7\u00e3o entre o Conc\u00edlio e o \u201cp\u00f3s-conc\u00edlio\u201d est\u00e1, portanto, no centro do debate hermen\u00eautico em curso\u201d (6).<\/p>\n

Superior dos Espiritanos<\/strong><\/p>\n

<\/strong>O livro de Dom B\u00e9guerie traz luz sobre um per\u00edodo ainda pouco examinado da vida de Dom Marcel Lefebvre, quando o Bispo franc\u00eas se tornou, de 1962 a 1968, superior da Congrega\u00e7\u00e3o Mission\u00e1ria do Esp\u00edrito Santo, e quando o autor preparou um dossi\u00ea pr\u00f3prio sobre Sua Excel\u00eancia t\u00e3o discutido por sua fidelidade \u00e0 Igreja de sempre, e, portanto, sobre sua \u201cintransig\u00eancia\u201d, de um esp\u00edrito todo paulino (como ir\u00e1 demonstrar a pr\u00f3pria inscri\u00e7\u00e3o que o Bispo franc\u00eas desejou ter em seu t\u00famulo: \u201cTradidi quod et accepi\u201d, \u201cVos transmiti o que eu recebi\u201d 1 Cor\u00edntios 11,23), com a finalidade de impedir sua elei\u00e7\u00e3o como Superior Geral dos Espiritanos. Ocorre esclarecer que B\u00e9guerie \u00e9 um sacerdote que j\u00e1 foi membro da Congrega\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito Santo, mas acabou saindo em 1963 porque um n\u00edtido contraste com o entendimento de seu superior, Dom Lefebvre, e foi incardinado na Arquidiocese de Paris como padre secular, ocupando-se com teologia, com um enfoque de cunho claramente progressista. O ex-espiritano recuperou hoje nos arquivos da congrega\u00e7\u00e3o, fundada em 1703, em Rennes, por Claude-Fran\u00e7ois Poullart des Places (1679-1709), e fundida (1848) com o Instituto do Cora\u00e7\u00e3o Imaculado de Maria, de Fran\u00e7ois Libermann (1802 -1852), importantes documentos, onde emerge o pensamento de Dom Lefebvre, antes da grande aventura de Ec\u00f4ne.<\/p>\n

Dos estudos de padre B\u00e9guerie resulta, de maneira impressionante, como o enfoque de Dom Lefebvre manteve-se constante ao longo do tempo: antes, durante e depois do Conc\u00edlio. Isto \u00e9 particularmente relevante, at\u00e9 porque provem de um autor absolutamente hostil ao prelado franc\u00eas, enquanto desmente, vividamente, a imagem de um Bispo que leva ao extremo, progressivamente, as pr\u00f3prias posi\u00e7\u00f5es com o passar do tempo. Esta verdadeira caricatura de Dom Lefebvre destinava-se a insinuar como as suas posi\u00e7\u00f5es mais recentes poderiam ter sido ditadas por uma fraqueza mental e de car\u00e1ter devida ao envelhecimento e \u00e0 submiss\u00e3o diante das press\u00f5es de seus seguidores.<\/p>\n

N\u00e3o teria havido, obviamente, necessidade da obra de padre B\u00e9guerie se a cal\u00fania acima n\u00e3o tivesse assumido, como na famosa \u00e1ria do Barbiere di Siviglia, de Gioacchino Rossini (1792-1868), as dimens\u00f5es de \u201ctiro de canh\u00e3o\u201d ou, neste caso, uma verdadeira saraivada de artilharia. Mas de qualquer maneira: a Gra\u00e7a divina faz uso dos meios mais inesperados para fazer triunfar a verdade sobre a mentira, e, como diz um ad\u00e1gio popular antigo, \u201co tempo \u00e9 um cavalheiro\u201d, mesmo que, \u00e0s vezes, demore muito.<\/p>\n

O texto \u00e9 dividido em cinco partes, cada qual acompanhada de documentos in\u00e9ditos compilados pelo pr\u00f3prio Dom Lefebvre: Ao todo, 53 atos.<\/p>\n

Em 1961, a congrega\u00e7\u00e3o dos Espiritanos, cujo semin\u00e1rio ainda est\u00e1 em Chevilly, nos arredores de Paris, tinha 3.381 religiosos sacerdotes, com 46 bispos, convocados ao Conc\u00edlio Vaticano II. Do livro emerge claramente que, antes do Conc\u00edlio, Dom Lefebvre era considerado um modelo a ser seguido, seja como sacerdote, seja como membro da Congrega\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito Santo e, finalmente, como Bispo, tanto que se tornou um dos homens de Igreja mais respeitados pelo Papa Pio XII que o nomeou, al\u00e9m de Arcebispo de Dakar, no Senegal, tamb\u00e9m Delegado Apost\u00f3lico de toda a \u00c1frica franc\u00f3fona.<\/p>\n

A import\u00e2ncia da batina<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Decididamente significativa \u00e9 a carta, datada de 11 de fevereiro de 1963, na Festa de Nossa Senhora de Lourdes, que Dom Lefebvre escreveu aos \u201cMes chers confr\u00e8res\u201d sobre a batina. Nela se v\u00ea todo o significado que adquire o uniforme de quem escolheu o caminho de e por de Deus:<\/p>\n

\u201cAs medidas tomadas por certo n\u00famero de bispos de diversos Pa\u00edses acerca do h\u00e1bito eclesi\u00e1stico merecem alguma reflex\u00e3o, porque isto pode ter consequ\u00eancias n\u00e3o indiferentes. De per si, o uso da batina ou do clergyman s\u00f3 faz sentido na medida em que tal veste assinala uma distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 veste secular. N\u00e3o se trata apenas de uma quest\u00e3o de dec\u00eancia. Al\u00e9m disso, se o clergyman mostra certa austeridade e discri\u00e7\u00e3o, imagine, ent\u00e3o, a batina\u201d (7). O h\u00e1bito \u00e9 a manifesta\u00e7\u00e3o vis\u00edvel do desapego das vaidades deste mundo, e o superior da congrega\u00e7\u00e3o insiste sobre esse aspecto, porque \u00e9 a marca registrada do sacerdote ou do religioso \u201cda mesma forma que dos militares, dos agentes de pol\u00edcia ou de tr\u00e1fego. Esta ideia se manifesta em todas as religi\u00f5es. O l\u00edder religioso \u00e9 facilmente reconhec\u00edvel pelo seu uniforme, geralmente por seus seguidores. Os fi\u00e9is atribuem grande import\u00e2ncia a esta marca de distin\u00e7\u00e3o […]. O sentimento muito leg\u00edtimo dos fi\u00e9is \u00e9, em particular, o respeito do sagrado e, a mais, o desejo de receber as b\u00ean\u00e7\u00e3os do c\u00e9u, em todas as ocasi\u00f5es leg\u00edtimas, por parte daqueles que s\u00e3o seus ministros. De fato, o clergyman at\u00e9 agora parecia ser o uniforme que designava uma pessoa consagrada a Deus, mas com o m\u00ednimo de distin\u00e7\u00e3o vis\u00edvel, especialmente nos Pa\u00edses onde este h\u00e1bito corresponde exatamente ao de um leigo […]. A batina do padre atinge estes dois objetivos de maneira clara e inequ\u00edvoca: o padre est\u00e1 no mundo sem ser do mundo, ele se distingue de todos os viventes, e ele \u00e9, al\u00e9m de tudo, protegido de qualquer mal. Eu n\u00e3o vos pe\u00e7o que os tirais do mundo mas que v\u00f3s OS PRESERVAIS DO MAL, porque eles n\u00e3o s\u00e3o do mundo, como eu n\u00e3o o sou mais (Jo\u00e3o 17,15-16)\u201d (8).<\/p>\n

O clergyman n\u00e3o \u00e9 adequado para o fim, uma vez que imita o h\u00e1bito usado pelos pastores protestantes e pode ser usado tamb\u00e9m por leigos. Aqui Dom Lefebvre demonstra toda a sua abertura intelectual e cultural e toda a indiferen\u00e7a que o cat\u00f3lico deve ter em rela\u00e7\u00e3o aos recursos materiais, mesmo que bons e eficazes. Ele n\u00e3o contesta a possibilidade de uma mudan\u00e7a no uniforme do sacerdote, desde que o novo traje tenha a mesma efic\u00e1cia do precedente no distinguir o ordenado do leigo e, portanto, de preservar e defender o padre das insidias do mundo, al\u00e9m de facilitar o apostolado, com a constante lembran\u00e7a aos fi\u00e9is. O problema do clergyman reside no prop\u00f3sito da mudan\u00e7a: pretende-se aproximar o padre cat\u00f3lico do pastor protestante e, portanto, incentivar a sua laiciza\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, \u00e9 evidente que a oposi\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 vinculada a uma quest\u00e3o est\u00e9tica e nem mesmo de dec\u00eancia, mas a uma importante quest\u00e3o doutrin\u00e1ria, ou seja, \u00e0 reafirma\u00e7\u00e3o do car\u00e1ter sagrado que o sacramento da ordem imprime ao sacerdote.<\/p>\n

Quanto \u00e0 elimina\u00e7\u00e3o de qualquer espec\u00edfico h\u00e1bito para o padre, isso apaga toda diferen\u00e7a, tornando cumprida a homologa\u00e7\u00e3o visual do sacerdote com o leigo, ou seja, a sua laiciza\u00e7\u00e3o; aumenta, portanto, as dificuldades do apostolado e diminui as defesas do padre em rela\u00e7\u00e3o ao mundo. \u00c9 evidente que tal mudan\u00e7a \u00e9 ditada pelo menosprezo e pelo desrespeito da condi\u00e7\u00e3o sacerdotal; condi\u00e7\u00e3o de que se envergonhar, a ponto de escond\u00ea-la.<\/p>\n

O documento termina com algumas diretrizes pr\u00e1ticas sobre o tema, entre as quais a obrigatoriedade do h\u00e1bito religioso, seja dentro que fora da resid\u00eancia da comunidade. As diverg\u00eancias foram tantas; as diverg\u00eancias que levar\u00e3o, assim que poss\u00edvel, a enterrar, com satisfa\u00e7\u00e3o, em muitos jardins de semin\u00e1rios e conventos, as sacras vestes sacerdotais.<\/p>\n

O confinamento em Tulle<\/strong><\/p>\n

<\/strong>A estima e a admira\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a Dom Lefebvre sofrem uma abrupta invers\u00e3o de dire\u00e7\u00e3o quando sobe ao Trono Pontif\u00edcio Jo\u00e3o XXIII. Em 7 de maio de 1961, em uma audi\u00eancia de hora de dura\u00e7\u00e3o, o Papa o repreende e o adverte:<\/p>\n

\u201cVeja que quando era professor de Sagrada Escritura em Bergamo, eu defendi a tese de Padre Lagrange e fui marcado com o r\u00f3tulo de \u201cmodernista\u201d; isso me prejudicou a vida toda. Eu vi meu fasc\u00edculo e li \u201ctend\u00eancia modernista\u201d; eu n\u00e3o sou modernista! Por essa raz\u00e3o, nunca fui chamado a Roma, sempre me mantiveram longe da C\u00faria Romana porque eu era \u2014 diziam \u2014 modernista. Portanto, tenha cuidado em n\u00e3o vos cravar, sozinho, e claramente, o r\u00f3tulo de conservador\u201d (9).<\/p>\n

As vozes circulavam: Lefebvre tinha uma \u201cm\u00e1\u201d fama entre os bispos franceses, que o temia e o detestavam: a sua seriedade, sua corre\u00e7\u00e3o, seu rigor doutrinal os assustava… A puni\u00e7\u00e3o n\u00e3o demorou a vir: em 23 de janeiro de 1962 foi relegado como Bispo, embora Arcebispo, da pequena diocese francesa de Tulle. Coisa decisivamente grave, n\u00e3o apenas porque de uma jurisdi\u00e7\u00e3o de uma diocese enorme passava para um min\u00fasculo territ\u00f3rio, mas porque o fato aconteceu antes da cria\u00e7\u00e3o da Confer\u00eancia dos Bispos, portanto, sendo a chefia da Igreja francesa exercitada pela Assembleia dos cardeais e arcebispos, \u00e9 evidente que ele foi categoricamente exclu\u00eddo dela, mesmo tendo os t\u00edtulos para dela participar.<\/p>\n

Do livro que B\u00e9guerie escreveu emerge, gra\u00e7as exatamente aos documentos originais transcritos, a figura de um sacerdote e de um superior que permaneceu fiel, com coragem e abnega\u00e7\u00e3o, \u00e0 doutrina de sempre, de um Bispo que foi atacado antes da abertura do Conc\u00edlio Vaticano II, exatamente por suas ideias, totalmente cat\u00f3licas.<\/p>\n

O dossi\u00ea Lefebvre foi aberto, portanto, logo quando da morte de Pio XII, e ele foi confinado em Tulle para ser silenciado: n\u00e3o era admiss\u00edvel deixar falar e agir este Bispo obstinadamente cat\u00f3lico. N\u00e3o lhe era perdoada a sua oposi\u00e7\u00e3o \u00e0s vanguardas teol\u00f3gicas, lit\u00fargicas, pastorais e sociais. Al\u00e9m disso, quando estava ainda no Senegal, n\u00e3o lhe perdoaram sua aberta oposi\u00e7\u00e3o \u00e0 islamiza\u00e7\u00e3o da \u00c1frica, a qual, no entanto, haviam temido, j\u00e1 no s\u00e9culo XIX, outras personalidades da Igreja, como, por exemplo, o mission\u00e1rio e Cardeal Guglielmo Massaja (1809-1889).<\/p>\n

No artigo acima citado, do dia 2 de novembro de 1959, no jornal canadense \u201cLe Devoir\u201d, intitulado \u201cOs estados crist\u00e3os entregaram a \u00c1frica \u00e0 Estrela\u201d, ele escreve: \u201cS\u00e3o os Pa\u00edses de maioria mu\u00e7ulmana que se afastam mais rapidamente do Ocidente e apelam aos m\u00e9todos comunistas.\u201d O Isl\u00e3 \u00e9 uma amea\u00e7a para os Pa\u00edses cat\u00f3licos: em 1959, declara, de fato, que \u201cos m\u00e9todos comuns [s\u00e3o] muito semelhantes aos do Isl\u00e3: fanatismo, coletivismo, escravid\u00e3o contra os fracos s\u00e3o a pr\u00f3pria tradi\u00e7\u00e3o do Isl\u00e3\u201d (10).<\/p>\n

Leopold Sedar Senghor (1906-1959), um cat\u00f3lico praticante, tornou-se em 1959 o presidente da Federa\u00e7\u00e3o do Mali (Senegal e Sud\u00e3o franc\u00eas) e exp\u00f4s a doutrina do chamado \u201ccaminho africano do socialismo\u201d, um socialismo que deveria ser africanizado. Foi assim que, em 1960, o Arcebispo interveio escrevendo uma carta pastoral \u201cSobre o dever de viver segundo a verdade e de evitar equ\u00edvocos.\u201d O socialismo africano de Senghor era para o Arcebispo de Dakar uma contradi\u00e7\u00e3o em termos: \u201cSocialismo religioso, socialismo crist\u00e3o s\u00e3o contradi\u00e7\u00f5es: ningu\u00e9m pode ser contemporaneamente um bom cat\u00f3lico e um verdadeiro socialista\u201d estava escrito na enc\u00edclica Quadragesimo anno (15 de maio de 1931) de Pio XI (1922-1939; Achille Ratti 1857-1939). Na carta pastoral, o prelado declarava que n\u00e3o basta professar Deus, ocorre reconhecer que o fundamento do direito \u00e9 Deus e n\u00e3o o Estado, um Estado que suprime toda iniciativa privada, que a todos devora sob uma burocracia monstruosa e que se apropria das riquezas, da intelig\u00eancia de empreendimento, da arte e da caridade para estatiz\u00e1-las e esteriliz\u00e1-las. Senghor enfureceu-se e convocou o Arcebispo, que declarou que ele n\u00e3o fazia nada mais do que repetir o que disseram os Papas sobre o Socialismo. Antepondo-se \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es vaticanas, escreveu a Roma para pedir um coadjutor africano; mas n\u00e3o obteve qualquer resposta, e ficou claro para o Arcebispo que dele se esperavam somente sua demiss\u00e3o…<\/p>\n

Outro \u201cincidente diplom\u00e1tico\u201d foi causado pela defesa de Dom Lefebvre \u00e0 Cit\u00e9 Catholique, a associa\u00e7\u00e3o cat\u00f3lica contrarrevolucion\u00e1ria liderada por Jean Ousset (1914-1994), mas combatida arduamente pelos bispos franceses de firme posi\u00e7\u00e3o progressista. Muito bela e comovente a carta que Dom Lefebvre escreveu de Paris, no dia 4 de mar\u00e7o de 1962, ao diretor da Cit\u00e9 Catholique (11) para que sentisse toda sua proximidade contra uma campanha difamat\u00f3ria contra o jornal e onde mostrou sua satisfa\u00e7\u00e3o com a admir\u00e1vel coragem de proclamar o esp\u00edrito da F\u00e9 nas colunas de seu jornal; a carta termina assim: \u201cfinalmente, rezemos, queridos amigos, porque \u00e9 a ora\u00e7\u00e3o que vos dar\u00e1 as gra\u00e7as necess\u00e1rias para continuar vosso trabalho magn\u00edfico realizado em um esp\u00edrito sempre mais profundamente unido e submisso a Nossa Santa M\u00e3e e Senhora, a Igreja cat\u00f3lica e romana. Possam essas linhas levar-vos o testemunho e o conforto de minha respeitosa e profunda simpatia. Marcel Lefebvre, Arcebispo, bispo nomeado de Tulle\u201d (12).<\/p>\n

Permanecer firmes na Tradi\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

<\/strong>De not\u00e1vel interesse s\u00e3o tamb\u00e9m as cartas de pedido de exclaustra\u00e7\u00e3o de alguns elementos refrat\u00e1rios \u00e0s diretrizes de Dom Lefebvre, onde si evidencia a intoler\u00e2ncia com a ordem e a obedi\u00eancia: \u201cdiante da evolu\u00e7\u00e3o do mundo, a Igreja, atrav\u00e9s do seu Conc\u00edlio nos convida a tomar uma atitude mission\u00e1ria muito mais aberta\u201d (13), afirma, por exemplo, Bernard Foy, no dia 24 de fevereiro de 1964, em uma carta endere\u00e7ada ao seu superior.<\/p>\n

Para um retorno \u00e0 aut\u00eantica forma\u00e7\u00e3o sacerdotal e religiosa, para o superior dos Espiritanos eram fundamentais \u201co exerc\u00edcio das virtudes da obedi\u00eancia, da humildade, da simplicidade, da mod\u00e9stia, que se desenvolvem sob a influ\u00eancia das virtudes teologais\u201d (14), mas tudo isso vinha mefistofelicamente minado. Considerava essencial em um sacerdote a \u201cpiedade profunda, a vida de uni\u00e3o com Deus, a estima pelos sacramentos da Penit\u00eancia e da Eucaristia, a devo\u00e7\u00e3o \u00e0 Virgem Maria\u201d (15), tamb\u00e9m sugeria manter \u201cfirmemente o uso da l\u00edngua latina nas cerim\u00f4nias\u201d e que o \u201cdia acabe com a ora\u00e7\u00e3o das Completas e n\u00e3o com a televis\u00e3o, que dever\u00e1 ser limitada \u00e0s not\u00edcias do dia\u201d (16), tamb\u00e9m as sa\u00eddas dos religiosos devem ser delimitadas… Mas estas normas, a esse ponto, eram verdadeiramente mal digeridas por um grupo substancioso de Espiritanos pretensiosos, inst\u00e1veis e que avocavam usos negligentes.<\/p>\n

Importantes, ent\u00e3o, as suas considera\u00e7\u00f5es sobre a liturgia que ele faz na carta publicada no Boletim do Espiritanos, no n\u00famero de mar\u00e7o-abril de 1963, referindo-se explicitamente \u00e0 primeira sess\u00e3o do Conc\u00edlio. Ele fala do car\u00e1ter humano e divino da liturgia que vem expresso na linguagem universal da Igreja Cat\u00f3lica, o latim. Na Santa Missa a lex orandi \u00e9 espelho da lex credendi e \u201ca l\u00edngua \u00fanica protege a express\u00e3o da f\u00e9, contra as adapta\u00e7\u00f5es lingu\u00edsticas ao longo dos s\u00e9culos e, consequentemente, a pr\u00f3pria F\u00e9\u201d (17). Fim \u00faltimo da liturgia \u00e9 a uni\u00e3o entre Deus e a alma em ora\u00e7\u00e3o, que bebe \u00e0 fonte da vida; importante ser\u00e1, para manter esta uni\u00e3o e, portanto, a sacralidade do rito, cujo fim \u00e9 justamente aquele de ajudar a cada alma a encontrar-se diante de seu Criador e Salvador, a atmosfera e o contexto da celebra\u00e7\u00e3o: \u201cPor outro lado, a alma simples, pouco instru\u00edda, verdadeiramente crist\u00e3, encontrar\u00e1 a sua uni\u00e3o com Deus tanto atrav\u00e9s de uma canto religiosos e celestial, quanto pelo ambiente geral da a\u00e7\u00e3o lit\u00fargica, a piedade e o recolhimento do local, a sua beleza arquitet\u00f4nica, o fervor da comunidade crist\u00e3, a nobreza e a devo\u00e7\u00e3o do celebrante, a decora\u00e7\u00e3o simb\u00f3lica, o cheiro de incenso etc.\u201d (18), \u00e9 portanto, contr\u00e1rio \u201c\u00e0 pr\u00f3pria finalidade da a\u00e7\u00e3o lit\u00fargica, tender a exasperar a aten\u00e7\u00e3o para a compreens\u00e3o dos textos de modo que se torne um obst\u00e1culo \u00e0 uni\u00e3o com Deus\u201d (19).<\/p>\n

O autor do Vers \u00c9c\u00f4ne \u2014 texto que cont\u00e9m um posf\u00e1cio de Michel Florian, que afirma: \u201co testemunho de Padre B\u00e9guerie n\u00e3o \u00e9 neutro\u201d (20) \u2014 dedica o livro ao Padre Lu\u00eds Ledit e com satisfa\u00e7\u00e3o lhe d\u00e1 o m\u00e9rito de ter minado a autoridade de Dom Lefebvre, impedindo assim que a Congrega\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito Santo se tornasse uma \u201carmada de reconquista\u201d (21), distante, portanto, \u201c dos grandes nomes da teologia, como de Lubac sj, Chenu op, Congar op, Lyonnet sj\u201d (22), cujas doutrinas foram explicitamente condenadas pela enc\u00edclica de Pio XII, Humani generis, de 22 de agosto de 1950. Os livros da Nouvelle Th\u00e9ologie foram retirados, a pedido de Dom Lefebvre, da Biblioteca do Semin\u00e1rio de Chevilly e contra tal decis\u00e3o muitos Espiritanos reclamaram e se rebelaram.<\/p>\n

Culpa-se Dom Lefebvre de ter sido contr\u00e1rio aos \u201cpr\u00eatres-ouvriers\u201d, \u201cbons\u201d porque dispon\u00edveis ao di\u00e1logo, \u00e0s atraentes sedu\u00e7\u00f5es do mundo contempor\u00e2neo e dispostos a ouvir as raz\u00f5es dos \u201cdistantes\u201d. O fato \u00e9 que a inten\u00e7\u00e3o de Philippe B\u00e9guerie de desacreditar, com documentos na m\u00e3o, a figura de Dom Lefebvre se desfaz em p\u00f3 e, ao contr\u00e1rio, oferece novas cartas vencedoras \u00e0 figura irrepreens\u00edvel e transparente de um pastor que consumiu toda a sua vida para a Igreja, para a prote\u00e7\u00e3o e defesa da sua plenitude e da sua integridade.<\/p>\n

Cristina Siccardi<\/p>\n

NOTAS
\n1 P. B\u00e9guerie, Vers \u00c9c\u00f4ne. Mgr Lefebvre et les P\u00e8res du Saint-Esprit. Chronique des \u00e9v\u00e9nements 1960-1968, Descl\u00e9e de Brouwer, Parigi 2010, p. 35.
\n2 Ibid., p. 53.
\n3 Ibid., p. 66.
\n4 Ibid., p. 73.
\n5 Cfr. R. de Mattei, Il Concilio Vaticano II. Una storia mai scritta, Lindau, Torino 2010, p. 11; cfr. anche J. Ratzinger, Les principes de la th\u00e9ologie catholique. Esquisse et mat\u00e9raiux, tr. fr. T\u00e9qui, Parigi 1985, p. 410.
\n6 R. de Mattei, op. cit., p. 6.
\n7 P. B\u00e9guerie, Vers \u00c9c\u00f4ne. Mgr Lefebvre et les P\u00e8res du Saint-Esprit. Chronique des \u00e9v\u00e9nements 1960-1968, Descl\u00e9e de Brouwer, Parigi 2010, p. 215.
\n8 Idem.
\n9 Monsignor M. Lefebvre, conversazione con A. Cagnon; conversazione con Marziac, in P. J.-J. Marziac, Monseigneur Lefebvre, soleil levant ou couchant?, NEL 1979, I, p. 5
\n10 P. B\u00e9guerie, Vers \u00c9c\u00f4ne. Mgr Lefebvre et les P\u00e8res du Saint-Esprit. Chronique des \u00e9v\u00e9nements 1960-1968, Descl\u00e9e de Brouwer, Parigi 2010, pp. 71-72.
\n11 Ibid., pp. 110-113.
\n12 Ibid., p. 113.
\n13 Ibid., p. 207.
\n14 Ibid., p. 241.
\n15 Idem.
\n16 Idem.
\n17 Ibid., pp. 291-292.
\n18 Ibid., p. 292.
\n19 Idem.
\n20 Ibid., p. 471.
\n21 Ibid., p. 9.
\n22 Ibid., p. 27.<\/p>\n

Retirado e traduzido de MESSAINLATINO.IT<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Nas livrarias francesas, atualmente, pode-se encontrar um livro muito interessante e explicativo, \u00e9 o trabalho realizado por Dom Philippe B\u00e9guerie, intitulado Vers \u00c9c\u00f4ne. Mgr Lefebvre et les P\u00e8res du Saint-Esprit. Chronique des \u00e9v\u00e9nements 1960-1968 (Descl\u00e9e de Brouwer, Parigi 2010, \u20ac 36,00), ou seja, Rumo a \u00c9cone. Dom Lefebvre e os Padres do Esp\u00edrito Santo. Cr\u00f4nica […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_et_pb_use_builder":"","_et_pb_old_content":"","_et_gb_content_width":"","footnotes":""},"categories":[6,38],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2086"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2086"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2086\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2086"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2086"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2086"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}