{"id":20942,"date":"2021-07-23T08:50:35","date_gmt":"2021-07-23T11:50:35","guid":{"rendered":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/?p=20942"},"modified":"2021-07-23T09:03:37","modified_gmt":"2021-07-23T12:03:37","slug":"carta-do-superior-geral-da-fraternidade-sacerdotal-sao-pio-x-apos-a-publicacao-do-motu-proprio-traditionis-custodes-oficial","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/carta-do-superior-geral-da-fraternidade-sacerdotal-sao-pio-x-apos-a-publicacao-do-motu-proprio-traditionis-custodes-oficial\/","title":{"rendered":"Oficial: Carta do Superior geral da Fraternidade Sacerdotal S\u00e3o Pio X ap\u00f3s a publica\u00e7\u00e3o do motu proprio \u201cTraditionis custodes\u201d"},"content":{"rendered":"\n\n[et_pb_section fb_built=”1″ _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default”][et_pb_row _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default”][et_pb_column _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default” type=”4_4″][et_pb_image src=”https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-content\/uploads\/2019\/09\/abbe_davide_pagliarani_fsspx_1-1.jpg” _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″][\/et_pb_image][et_pb_text _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default” text_font_size=”20px” text_font=”||on||||||” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
\n
\n
\n

\u201cESSA <\/span>MISSA, NOSSA MISSA, DEVE SER REALMENTE PARA N\u00d3S COMO A P\u00c9ROLA DO EVANGELHO PELA QUAL TUDO RENUNCIAMOS, PELA QUAL ESTAMOS PRONTOS <\/span>A VENDER TUDO.\u201d<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>[\/et_pb_text][et_pb_text _builder_version=”4.9.10″ _module_preset=”default” text_font_size=”17px” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]

\n
\n
\n

Caros membros e amigos da Fraternidade Sacerdotal S\u00e3o Pio X,<\/span><\/p>\n

O motu proprio <\/span>Traditionis custodes <\/span>e a carta que o acompanha causaram uma agita\u00e7\u00e3o profunda no ambiente dito <\/span>\u2018<\/span>tradicionalista<\/span>\u2019<\/span>. Pode-se notar, com boa l\u00f3gica, que a era da hermen\u00eautica da continuidade <\/span>\u2014 <\/span>com seus equ\u00edvocos, ilus\u00f5es e esfor\u00e7os imposs\u00edveis <\/span>\u2014 <\/span>acabou tragicamente, sendo posta de lado. Essas medidas, t\u00e3o claras e n\u00edtidas, n\u00e3o tocam diretamente a Fraternidade S\u00e3o Pio X, mas devem ser para n\u00f3s ocasi\u00e3o de uma reflex\u00e3o profunda. Para fazer isso, \u00e9 necess\u00e1rio elevar-nos aos princ\u00edpios e colocarmo-nos uma quest\u00e3o simultaneamente antiga e nova: por que a Missa tridentina \u00e9 o pomo da disc\u00f3rdia depois de cinquenta anos?<\/span><\/p>\n

Antes de tudo, devemos nos lembrar que a santa Missa \u00e9 a continua\u00e7\u00e3o, nos tempos, da luta mais renhida que h\u00e1: a batalha entre o Reino de Deus e o reino de Satan\u00e1s, essa guerra que chegou ao \u00e1pice no Calv\u00e1rio, com o triunfo de Nosso Senhor. Foi para essa luta, e essa vit\u00f3ria, que Ele se encarnou. Visto que a vit\u00f3ria de Nosso Senhor foi obtida pela cruz e por seu sangue, \u00e9 compreens\u00edvel que sua perpetua\u00e7\u00e3o aconte\u00e7a, tamb\u00e9m, por meio de lutas e contrariedades. Todo crist\u00e3o \u00e9 chamado a esse combate: Nosso Senhor nos chama <\/span>porque disse que \u201cveio \u00e0 terra para trazer a espada\u201d (Mt 10, 34). N\u00e3o \u00e9 surpreendente que a <\/span>Missa de sempre, que exprime perfeitamente a vit\u00f3ria definitiva de Nosso Senhor sobre o pecado, por seu sacrif\u00edcio expiat\u00f3rio, seja ela mesma um sinal de contradi\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n

Contudo, por que essa Missa se tornou sinal de contradi\u00e7\u00e3o dentro da pr\u00f3pria Igreja? A resposta \u00e9 simples, e cada vez mais clara. Depois de cinquenta anos, os elementos da resposta s\u00e3o evidentes para todos os cat\u00f3licos de boa vontade: a Missa tridentina expressa e veicula uma concep\u00e7\u00e3o da vida crist\u00e3 <\/span>\u2014 <\/span>e, consequentemente, uma concep\u00e7\u00e3o de Igreja <\/span>\u2014 <\/span>que \u00e9 absolutamente incompat\u00edvel com a eclesiologia que procede do Conc\u00edlio Vaticano II. O problema n\u00e3o \u00e9 simplesmente lit\u00fargico, est\u00e9tico, ou meramente formal. O problema \u00e9 simultaneamente doutrinal, moral, espiritual, eclesiol\u00f3gico e lit\u00fargico. Em poucas palavras, \u00e9 um problema que toca todos os aspectos da vida da Igreja, sem exce\u00e7\u00e3o: \u00e9 uma quest\u00e3o de f\u00e9.<\/span><\/p>\n

De um lado encontra-se a Missa de sempre, estandarte de uma Igreja que enfrenta o mundo e que est\u00e1 certa de sua vit\u00f3ria, porque sua batalha n\u00e3o \u00e9 outra que a continua\u00e7\u00e3o daquela que Nosso Senhor realizou para destruir o pecado e o reinado de Satan\u00e1s. \u00c9 pela Missa, e atrav\u00e9s da Missa, que Nosso Senhor alista as almas crist\u00e3s no seu pr\u00f3prio combate, fazendo que participem tanto de sua cruz como de sua vit\u00f3ria. De tudo isso decorre uma ideia fundamentalmente militante da vida crist\u00e3. Duas notas a caracterizam: o esp\u00edrito de sacrif\u00edcio e uma esperan\u00e7a inabal\u00e1vel.<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

\n
\n
\n

Do outro lado ergue-se a Missa de Paulo VI, express\u00e3o aut\u00eantica de uma Igreja que busca estar em harmonia com o mundo, que d\u00e1 ouvidos \u00e0s exorta\u00e7\u00f5es do mundo; uma Igreja que, em \u00faltima inst\u00e2ncia, n\u00e3o tem mais de combater o mundo porque n\u00e3o tem mais nada a repreender; uma Igreja que n\u00e3o tem mais o que ensinar porque escuta os poderes desse mundo; uma Igreja que j\u00e1 n\u00e3o precisa do sacrif\u00edcio de Nosso Senhor porque, tendo perdido a no\u00e7\u00e3o de pecado, n\u00e3o tem mais nada a expiar; uma Igreja que n\u00e3o tem mais como miss\u00e3o restaurar o reinado universal de Nosso Senhor, porque ela quer dar sua contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de um mundo melhor, mais livre, mais igualit\u00e1rio, mais ecologicamente respons\u00e1vel; e tudo isso com recursos puramente humanos. \u00c0 essa miss\u00e3o humanista a que se entregaram os homens da Igreja deve corresponder uma liturgia igualmente humanista e dessacralizada.<\/span><\/p>\n

A batalha desses \u00faltimos cinquenta anos <\/span>\u2014 <\/span>que no dia 16 de julho teve um momento certamente significativo <\/span>\u2014 <\/span>n\u00e3o \u00e9 a guerra entre dois ritos: \u00e9 t\u00e3o simplesmente a guerra entre duas concep\u00e7\u00f5es diferentes e opostas da Igreja e da vida crist\u00e3, absolutamente irredut\u00edveis e incompat\u00edveis entre si. Parafraseando Santo Agostinho, podemos dizer que duas Missas constru\u00edram duas cidades: a Missa de sempre construiu a cidade crist\u00e3, a nova Missa busca construir a cidade humanista e laica.<\/span><\/p>\n

Se Deus permite tudo isso, \u00e9 certamente por um bem maior. Antes de tudo para n\u00f3s mesmos, que temos a oportunidade imerecida de conhecer a Missa tridentina e dela nos beneficiarmos; possu\u00edmos um tesouro a que nem sempre damos o devido valor, e que poder\u00edamos vir, talvez, a guardar por h\u00e1bito. Ora, quando algo de grande prezo \u00e9 atacado ou desprezado, apreciamos melhor seu valor. Possa <\/span>esse \u201cchoque\u201d<\/span>, provocado pela dureza dos textos oficiais de 16 de julho, servir para que nosso amor pelo rito tridentino se renove, se aprofunde, seja redescoberto; essa Missa, nossa Missa, deve ser realmente para n\u00f3s como a p\u00e9rola do Evangelho pela qual tudo renunciamos, pela qual estamos prontos a vender tudo. Aquele que n\u00e3o est\u00e1 pronto para derramar seu pr\u00f3prio sangue por essa Missa n\u00e3o \u00e9 digno de celebr\u00e1-la. Aquele que n\u00e3o est\u00e1 disposto a tudo renunciar para protege-la n\u00e3o \u00e9 digno de assistir a ela.<\/span><\/p>\n

Eis no que deve consistir nossa primeira rea\u00e7\u00e3o perante os eventos que acabaram de sacudir a Igreja. Que nossa pr\u00f3pria rea\u00e7\u00e3o, padres e fi\u00e9is cat\u00f3licos, sobrepuje de longe <\/span>\u2014 <\/span>por sua profundidade e valor<\/span>\u2014 <\/span>os coment\u00e1rios de todo o tipo, cheios de inquieta\u00e7\u00e3o e muitas vezes sem esperan\u00e7a.<\/span><\/p>\n

Deus certamente visa outro objetivo ao permitir esse novo ataque contra a Missa tridentina. Ningu\u00e9m pode duvidar que durante esses \u00faltimos anos, muitos padres e fi\u00e9is descobriram essa Missa, e que atrav\u00e9s dela se aproximaram de um novo horizonte espiritual e moral, que lhes abriu o caminho da santifica\u00e7\u00e3o de suas almas. As \u00faltimas medidas que foram tomadas contra a Missa obrigar\u00e3o tais almas a tirarem todas as consequ\u00eancias do que elas descobriram: cabe a elas, agora, escolherem <\/span>\u2014 <\/span>com os elementos de discernimento que t\u00eam \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o <\/span>\u2014 <\/span>o que se imp\u00f5e a toda consci\u00eancia cat\u00f3lica bem formada. Muitas almas encontrar-se-\u00e3o diante de uma escolha importante concernente \u00e0 f\u00e9, porque <\/span>\u2014 <\/span>repetimos <\/span>\u2014 <\/span>a Missa \u00e9 a express\u00e3o suprema de um universo doutrinal e moral. Trata-se, portanto, de escolher a f\u00e9 cat\u00f3lica em sua integridade, e por ela Nosso Senhor Jesus Cristo, sua cruz, seu sacrif\u00edcio, sua realeza. Trata-se de escolher seu sangue, de imitar o Crucificado e de segui-lo at\u00e9 o fim por uma fidelidade total, radical, firme.<\/span><\/p>\n

A Fraternidade S\u00e3o Pio X tem o dever de ajudar todas as almas que se encontram, atualmente, consternadas e confusas. Em primeiro lugar, temos o dever de oferecer-lhes, pelos pr\u00f3prios<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

\n
\n
\n

fatos, a certeza que a Missa tridentina n\u00e3o poder\u00e1 jamais desaparecer da face da terra: trata-se de um sinal de esperan\u00e7a extremamente necess\u00e1rio.<\/span><\/p>\n

Ademais, \u00e9 preciso que cada um de n\u00f3s, padre ou fiel, estenda para essas almas uma m\u00e3o amiga, porque aquele que n\u00e3o tem o desejo de partilhar dos bens com que se beneficia \u00e9, de fato, indigno deles. \u00c9 somente desse modo que se amar\u00e1 verdadeiramente as almas e a Igreja. Porque cada alma que ganhemos para a cruz de Nosso Senhor, e para o amor imenso que manifestou por seu sacrif\u00edcio, ser\u00e1 uma alma verdadeiramente ganha para sua Igreja, para a caridade que a anima e que deve tamb\u00e9m ser nossa, especialmente neste momento.<\/span><\/p>\n

Confiamos essas inten\u00e7\u00f5es \u00e0 M\u00e3e das Dores, \u00e9 a ela que dirigimos nossas ora\u00e7\u00f5es, afinal ningu\u00e9m mais do que Ela penetrou no mist\u00e9rio do sacrif\u00edcio de Nosso Senhor e de sua vit\u00f3ria na Cruz. Ningu\u00e9m mais do que Ela esteve t\u00e3o intimamente associada a seus sofrimentos e a seu triunfo. Foi em suas m\u00e3os que Nosso Senhor colocou a Igreja inteira; portanto, \u00e9 a Ela que foi confiado o que a Igreja tem de mais precioso: o testamento de Nosso Senhor, o santo sacrif\u00edcio da Missa.<\/span><\/p>\n

Menzingen, 22 de julho de 2021
Na Festa de Santa Maria Madalena
Dom Davide Pagliarani, Superior-Geral<\/span><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>[\/et_pb_text][\/et_pb_column][\/et_pb_row][\/et_pb_section]\n\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

\u201cESSA MISSA, NOSSA MISSA, DEVE SER REALMENTE PARA N\u00d3S COMO A P\u00c9ROLA DO EVANGELHO PELA QUAL TUDO RENUNCIAMOS, PELA QUAL ESTAMOS PRONTOS A VENDER TUDO.\u201d Caros membros e amigos da Fraternidade Sacerdotal S\u00e3o Pio X, O motu proprio Traditionis custodes e a carta que o acompanha causaram uma agita\u00e7\u00e3o profunda no ambiente dito \u2018tradicionalista\u2019. Pode-se […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":16320,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_et_pb_use_builder":"on","_et_pb_old_content":"","_et_gb_content_width":"","footnotes":""},"categories":[131,57,11,75,38,39],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20942"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=20942"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20942\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/16320"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=20942"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=20942"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=20942"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}