{"id":3868,"date":"2013-04-15T21:56:11","date_gmt":"2013-04-16T00:56:11","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fsspx.com.br\/exe2\/?p=3868"},"modified":"2013-04-17T10:34:09","modified_gmt":"2013-04-17T13:34:09","slug":"carta-aos-amigos-e-benfeitores-no-80","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fsspx.com.br\/carta-aos-amigos-e-benfeitores-no-80\/","title":{"rendered":"Carta aos Amigos e Benfeitores n\u00ba 80"},"content":{"rendered":"
Queridos amigos e benfeitores,<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Faz muito tempo que esta carta era esperada, e \u00e9 com alegria, neste tempo pascal, que quer\u00edamos fazer um balan\u00e7o e expor algumas reflex\u00f5es sobre a situa\u00e7\u00e3o da Igreja.<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Como sabem, a Fraternidade encontrou-se numa delicada posi\u00e7\u00e3o durante grande parte do ano 2012, em raz\u00e3o do \u00faltimo movimento feito por Bento XVI que procurava normalizar nossa situa\u00e7\u00e3o. As dificuldades provinham, por um lado, das exig\u00eancias que acompanhavam a proposi\u00e7\u00e3o romana \u2013 as quais n\u00e3o pudemos e n\u00e3o\u00a0 poderemos nunca subscrever \u2013 e, por outro, de uma falta de clareza da parte da Santa S\u00e9 que n\u00e3o permitia conhecer exatamente a vontade do Santo Padre, nem saber o que estava disposto a nos conceder. O problema causado por essa incerteza se dissipou desde 13 de junho de 2012, com uma confirma\u00e7\u00e3o em 30 do mesmo m\u00eas, mediante uma carta do pr\u00f3prio Bento XVI a manifestar claramente e sem ambiguidades as condi\u00e7\u00f5es que nos eram impostas para uma normaliza\u00e7\u00e3o can\u00f4nica.<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Estas condi\u00e7\u00f5es s\u00e3o de ordem doutrinal. Recaem sobre a aceita\u00e7\u00e3o total do Conc\u00edlio Vaticano II e da missa de Paulo VI. Portanto, como escreveu Dom Augustine Di Noia, vice-presidente da Comiss\u00e3o Ecclesia Dei<\/i>, em uma carta dirigida aos membros da Fraternidade S\u00e3o Pio X em fins do ano passado, no plano doutrinal permanecemos no ponto de partida, tal como estava nos anos 70. Lamentavelmente n\u00e3o podemos fazer mais do que subscrever a essa comprova\u00e7\u00e3o das autoridades romanas e reconhecer a atualidade da an\u00e1lise de Dom Lefebvre, fundador de nossa Fraternidade, que n\u00e3o variou nas d\u00e9cadas seguintes ao Conc\u00edlio at\u00e9 a sua morte. Sua just\u00edssima percep\u00e7\u00e3o, ao mesmo tempo teol\u00f3gica e pr\u00e1tica, continua vigendo, cinquenta anos depois do in\u00edcio do Conc\u00edlio.<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Desejamos recordar essa an\u00e1lise que a Fraternidade S\u00e3o Pio X sempre fez sua e que permanece sendo o fio condutor de sua posi\u00e7\u00e3o doutrinal e de sua a\u00e7\u00e3o: reconhecendo que a crise que sacode a Igreja tamb\u00e9m tem causas externas, o pr\u00f3prio Conc\u00edlio \u00e9 o agente principal de sua autodestrui\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n Em fins do Conc\u00edlio, Dom Lefebvre exp\u00f4s ao Cardeal Alfredo Ottaviani, em carta datada de 20 de dezembro de 1966, os danos causados pelo Conc\u00edlio a toda a Igreja. Eu j\u00e1 a citava na Carta aos amigos e benfeitores n\u00ba 68, de 29 de setembro de 2005. \u00c9 conveniente reler hoje em dia algumas passagens:<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n “Enquanto o Conc\u00edlio se preparava para projetar um raio luminoso sobre o mundo de hoje caso houvessem sido utilizados os esquemas preparados, nos quais se encontrava uma profiss\u00e3o solene da doutrina segura em face dos problemas modernos, pode-se e deve-se desgra\u00e7adamente afirmar:<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n “Que de maneira quase geral, quando o Conc\u00edlio inovou, fez balan\u00e7ar a certeza das verdades ensinadas pelo Magist\u00e9rio aut\u00eantico da Igreja como pertencentes definitivamente ao tesouro da Tradi\u00e7\u00e3o.<\/i><\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n “Quer se trate da transmiss\u00e3o da jurisdi\u00e7\u00e3o dos bispos, das duas fontes da Revela\u00e7\u00e3o, da inspira\u00e7\u00e3o da Escritura, da necessidade da gra\u00e7a para a justifica\u00e7\u00e3o, da necessidade do batismo cat\u00f3lico, da vida da gra\u00e7a nos hereges, cism\u00e1ticos e pag\u00e3os, dos fins do matrim\u00f4nio, da liberdade religiosa, dos nov\u00edssimos, etc. Sobre esses pontos fundamentais a doutrina tradicional era clara e ensinada unanimemente nas universidades cat\u00f3licas. Ora, numerosos textos do Conc\u00edlio acerca dessas verdades permitem que agora se duvide.<\/span><\/p>\n \u00a0<\/span><\/p>\n